Odisseia Cósmica foi um quadrinho lançado em 1988, roteirizado por Jim Starlin e desenhado por Mike Mignola. Quando Jack Kirby criou os Novos Deuses em 1971, ele determinou conceitos básicos na vida dos personagens, como a devoção à Fonte, a existência da Muralha dos Deuses, a dualidade de Nova Gênese e Apokolips, o pacto selado entre as nações, etc. Mas uma coisa que o Rei dos Quadrinhos nunca havia de fato definido era a Equação Antivida. Kirby a criou, porém deixou seu conceito em aberto, para que sua definição pudesse ser abordada em alguma história futura.

Foi aí que Jim Starlin resolveu enfim contextualizar a Equação, criando uma história fantástica, que consegue homenagear toda a obra de Jack Kirby, aumentando o brilhantismo dos Novos Deuses. Assim surgiu Odisseia Cósmica.

“Certos momentos na vida são tão apavorantes que se congelam no tempo e, de maneira obstinada, e indelével, fixam-se para sempre na nossa memória.” – Jim Starlin.

O objetivo de Darkseid, temido tirando de Apokolips, sempre foi encontrar a Equação Antivida, coisa que daria a ele poderes suficientes para dominar o universo. Essa foi uma das principais causas de sua vinda para a Terra, nas primeiras histórias dos Novos Deuses, pois ele acreditava que a resposta para essa tal Equação estava na mente dos habitantes de nosso planeta.

“Metamorfose nunca é uma experiência indolor… Mudanças são desconcertáveis. O futuro é incerto. Mas nada se compara a uma nova percepção de realidade.” – Darkseid.

Odisseia Cósmica nos conta que Darkseid finalmente descobriu os segredos da Equação Antivida, só que ela não era aquilo que imaginava. A Equação na verdade é uma entidade física real, com poderes infinitos, e está neste exato momento tentando invadir a nossa dimensão, o nosso universo. Vendo que não detinha poderes suficientes para enfrentar a Equação sozinho, para assim tomar o seu poder para si, o tirano de Apokolips pede ajuda ao Pai Celestial, e aos demais habitantes de Nova Gênese. O futuro do universo está em jogo, e isso é maior que o ego do vilão.

Pai Celestial, vendo que apenas eles não seriam também capazes de deter a ameaça, pede ajuda a alguns heróis da Terra, sendo eles: Superman, Batman, Lanterna Verde (John Stewart), Caçador de Marte, e Estelar. Os heróis da Terra, juntos a alguns heróis de Nova Gêneses se juntam, com a ideia de impedir que essa entidade venha até nossa dimensão.

Darkseid, com a ajuda da Poltrona Mobius de Metron e o computador do Pai Celestial, explica a situação para os personagens, mostrando a eles quatro planetas que estão na trajetória de passagem da Equação Antivida para adentrar em nossa dimensão (além cada um possuir uma bomba que causará a auto-destruição deles). São eles: Terra, Thanagar, Rann e Xanshi.

Os heróis então são divididos em duplas, e mandados para cada um desses quatro planetas, no intuito de achar as “bombas do juízo final”, presente em alguma parte dos planetas. Superman e Órion (que aqui já não é mais aquele dócil personagem visto nas primeiras histórias, e sim um cara totalmente arrogante) são mandados para Thanagar; Magtron e Estelar são mandados para Rann; Caçador de Marte e John Stewart vão para Xanshi; enquanto Batman e Forrageador vão para Terra.

Cada uma das duplas tem a missão de, além de destruir as bombas que põe em perigo o nosso sistema, proteger o planeta, para que nada de ruim aconteça com seus habitantes, ou até mesmo sua morfologia. Contar se cada uma das duplas consegue realizar tal missão é um spoiler em potencial, por isso vou me segurar aqui; só posso dizer que o erro que algum dos personagens comete será crucial para sua evolução moral.

Os esforços de cada uma das duplas não estão fazendo muita diferença, já que a Entidade Antivida se aproxima cada vez mais de adentrar em nosso sistema. O tempo é escaço, e Darkseid une forças com o Demônio Etrigan (outra grande criação de Jack Kirby para a DC Comics) para controlar a situação; só que mais do que salvar seu sistema, Darkseid sempre deixa o seu ego lhe guiar. Só não sabemos até que ponto isso ajudaria todo mundo.

“É verdade… Mas até mesmo alguém com uma alma sombria como a minha pode realizar o bem. O destino, por vezes, nos prega peças, Etrigan. Você não usa uma auréola, mas foi escolhido para salvar uma galáxia de algo muito pior do que a morte. Essa não é a maior de todas as piadas? O destino de muitas estrelas depende de dois monstros vis como nós.” – Darkseid.

“Fique atento, Demônio. Testemunhe agora como os verdadeiros Deuses guerreiam!” – Darkseid.

Por mais que esforços sejam medidos de muitos lados, traições e reviravoltas aconteçam, nada disso importa, pois o fim está próximo, e a única coisa capaz de salvar o nosso universo é um milagre. Um amiguinho do Batman, talvez…

Odisseia Cósmica é uma das minhas histórias preferidas do Universo DC. Caso vá ler algum dia, espere por algo sensacional, não menos que isso, e garanto que satisfará a sua ansiedade. Jim Starlin é O CARA quando o assunto são sagas cósmicas. Na história também temos direito a lições de moral que o Superman dá ao Órion, Batman apanhando para um Demônio, deixando-o à beira da morte (Pedro curtiu isso), e uma cena final onde o Caçador de Marte dá um puta esporro no John Stewart, por algo realmente imperdoável.

Esse post é dedicado ao meu amigo, e marveco safado, Pedro, O Homem Sem Medo, que assim como eu, é fanático pelos Novos Deuses.

Odisseia Cósmica (Cosmic Odyssey – EUA – dezembro de 1988 até março de 1989, DC Comics). Roteiro: Jim Sarlin. Arte: Mike Mignola. Arte-final: Carlos Garzon. Cores: Steve Oliff. Editor original: Mike Carlin.

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Sobre o Autor

Apaixonado por quadrinhos, cinema e literatura. Estudante de Matemática e autor nas horas vagas. Posso também ser considerado como um antigo explorador espacial, portador do Jipe intergaláctico que fez o Percurso de Kessel em menos de 11 parsecs — chupa, Han Solo!