Baseado no romance de Gordon e Mildred Gordon, Undercover Cat (1963), os estúdios Disney lançaram O Diabólico Agente D.C (That Darn Cat!), em 1965. Com Robert Stevenson (Mary Poppins, O Fabuloso Criador de Encrencas, Se Meu Fusca Falasse) na cadeira de diretor e roteiro de Bill Walsh e dos próprios Gordons, o filme teve críticas positivas e ganhou um prêmio pelo Writers Guild of America por melhor comédia americana escrita. O Diabólico Agente D.C envolve um sequestro, o FBI e um gato muito astuto. O resultado: Um longa muito divertido e empolgante.
Margaret Miller (Grayson Hall) é vítima de sequestro por uma dupla de ladrões (Neville Brand e Frank Gorshin), e enquanto está no cativeiro, encontra um gato, D.C., e consegue mandar uma pista do seu paradeiro através de um relógio. Quando a dona do gato (Hayley Mills) encontra o recado, ela entra em contato com o FBI e começa a procurar pela mulher desaparecida junto com seu amigo felino e o agente Zeke Kelso (Dean Jones).
Apesar de ter uma duração um pouco exagerada, o filme nos prende em vários momentos. A atriz Hayley Mills faz o papel de Patti Randall e já era conhecida como a maior estrela infantil da Disney nos anos 60 (Fez O Grande Amor de Nossas Vidas de 1961, que em 1998 gerou o remake conhecido como Operação Cupido), e nesse filme ela não relaxa e entrega mais uma excelente atuação. Dean Jones atua em seu primeiro papel no estúdio como um agente do FBI que é, tanto na vida real como na trama, alérgico a gatos. Mas este fato não impediu que Jones deixasse de mostrar seu grande talento em tela, virando depois de alguns anos um dos atores mais famosos da Disney. O elenco de apoio possui outros ótimos atores que cumprem muito bem seus papéis. Outro motivo pelo qual vale a pena assistir é a presença de Frank Gorshin, o eterno Charada da série televisiva Batman estrelada por Adam West.
A participação de Walt Disney como produtor e a direção de Robert Stevenson, que combinou muito bem o suspense com a comédia, possibilitou este filme ser tão divertido. Além da questão do sequestro e da tentativa de localizar os bandidos, a informação de que o FBI está trabalhando na casa de Patti não pode vazar para ninguém até que a operação seja finalizada, e isso inclui o namorado de Mills vivido por Tom Lowell e os vizinhos fofoqueiros (Elsa Lanchester e William Demarest). D.C gera vários problemas para os agentes, como a perseguição em um Drive-In, e para o vizinho Gregory Benson (Roddy McDowall), que detesta o gato e por vezes já tentou matá-lo. Dan e Iggy, a dupla de bandidos, são convincentemente ameaçadores e não tão idiotas como em outros filmes de comédia existentes por aí.
O Diabólico Agente D.C não possui uma direção soberba ou uma grande trama. Ele se propôs a fazer os espectadores rirem, e conseguiu. A história deste gato entra em terceiro lugar na minha lista de melhores filmes do Robert Stevenson (Depois de Se Meu Fusca Falasse e Mary Poppins). Talvez, alguns de vocês conheçam o remake de 1997, que a maioria afirma não chegar aos pés do original.
Curiosidade: A música inicial do filme tem a voz de Bobby Darin, um dos melhores cantores dos anos 50.
O Diabólico Agente D.C (That Darn Cat!) – EUA, 1965, cor, 116 minutos.
Direção: Robert Stevenson. Roteiro: Bill Walsh. Cinematografia: Edward Colman. Edição: Cotton Warburton. Música: Robert F. Brunner e Irmãos Sherman. Elenco: Hayley Mills, Dean Jones, Dorothy Provine, Roddy McDowall, Marca Neville, Frank Gorshin, Elsa Lanchester, William Demarest, Tom Lowell, Ed Wynn, Grayson Hall, Richard Eastham.