George Walton Lucas Jr., mais conhecido apenas como George Lucas, nasceu em Modesto, no estado da Califórnia. O filho de Dorothy e George Lucas (pai) estudou cinema na Universidade da Califórnia do Sul, durante a década de 60, uma das primeiras instituições de ensino superior a ter uma cadeira dedicada a essa temática; foi lá que George conheceu outros grandes cineastas, que vieram dessa mesma leva de talentos, dos quais sempre teve amizades consolidadas, como Francis Ford Coppola, Martin Scorcese e, claro, Steven Spielberg, com quem trabalhou em outra das mais famosas franquias do cinema, Indiana Jones. Nessa época fez uma série de pequenos filmes, entre os quais, um curta, chamado THX-1138, que se tornou mais tarde o seu primeiro longa-metragem.
Após fazer a graduação, fundou o estúdio American Zoetrope, em parceria com Coppola, companhia que tinha por objetivo ajudar os realizadores a criar filmes de forma livre, fora do circuito opressivo de hollywood. A Zoetrope não teve muito sucesso, mas com o dinheiro realizado com Loucuras de Verão e o primeiro Star Wars (chamado aqui no Brasil, inicialmente, apenas como Guerra Nas Estrelas), Lucas conseguiu montar a sua própria companhia, a Lucasfilm, que posteriormente fundou suas famosas sub-divisões, como a Skywalker Sound e Industrial Light & Magic, que se tornaram, respectivamente, referências em edições de sons e efeitos especiais. Quando a primeira história referente à uma galáxia muito, muito distante, chegou aos cinemas ao redor do mundo, o destemido Lucas foi multado pelo sindicato dos diretores por pôr os créditos do filme, que eram padronizados para todas as produções hollywoodianas, apenas ao final da película. Após ter pago a multa, o cineasta abandonou a organização e resolveu tomar as próprias decisões de como seriam suas produções.
Para entendermos a etapa de produção do primeiro filme de uma das mais famosas franquias do cinema, devemos analisar a época em que ele foi feito. Ao final da década de 70, os Estados Unidos tinham acabado de sair da Guerra do Vietnã, e muitas das produções hollywoodianas eram focadas em batalhas mortíferas dos campos de guerra. Nessa época também, a imprensa começou a fazer algumas pesquisas populares, sobre o que as pessoas gostariam de ver quando fossem ao cinema, tirando assim alguns projetos de andamento (os que fossem menos aceitos). Lucas, embora muito novo e recém formado, já acumulava dois longas metragens em seu currículo, os citados THX-1138 E Loucuras de Verão. Esse seu segundo filme, além de receber uma boa aceitação da crítica e do público, se tornou uma das maiores bilheterias do ano na América do Norte, dando ao mais novo diretor uma tremenda bagagem em seu currículo e despertando olhares dos mais diferentes e poderosos estúdios. Começou aí, então, toda a sua jornada para fazer o filme que nós conhecemos hoje como Star Wars: Uma Nova Esperança.
Há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante…
A etapa de criação de todo esse universo foi, deveras, engraçado. George Lucas passou aproximadamente dois anos criando o roteiro dessa sua primeira aventura espacial, e o resultado que conhecemos hoje se mostrou bem diferente de suas primeiras ideias. Lucas concebeu, inicialmente, a Força como um artefato mágico, ou uma joia, que estava desaparecida, e o General Luke Starkiller (que era um experiente guerreiro, com seus mais de 60 anos) era um caçador que estava à procura desse objeto misterioso. Havia também um pai bondoso, Anakin Starkiller, e uma figura maléfica antagônica, o temido Darth Vader; interessante ver como o diretor e roteirista depois juntou essas duas ideias e criou um personagem só.
Han Solo seria um alienígena verde, criado pelos wookies, com guelras e um visual totalmente peculiar em vista das outras produções hollywoodianas. Chewbacca, não muito diferente do que conhecemos hoje, foi inspirado na própria cachorrinha de Lucas, Indiana, cheio de pelos e um visual amedrontador, com dentes afiados; que, para os fãs mais atentos, também serviu de inspiração para a criação de outro grande personagem, em parceria com Steven Spielberg. C-3PO foi concebido na ideia de Maschinenmensch (algo como máquina-humana), robô da ficção-científica Metrópolis; um ser que esbanjava olhares e personalidade neutros, mas ao mesmo tempo era capaz de demonstrar expressões e sentimentos.
Ao final desses dois anos e mais inúmeras ideias mirabolantes que brotaram em sua cabeça, George Lucas jogou muita coisa fora e estabeleceu os conceitos finais de sua obra, porém, o cineasta se deparou com um mundaréu de páginas e percebeu que não havia possibilidade de condensar aquilo tudo em um só filme. Então, ele se preocupou em contar uma dessas histórias, a qual ele dividiu em três três partes. Se tudo desse certo, e seu filme tivesse o retorno esperado, ele contaria o restante em dois outros filmes. Como esse universo louco esbanjava originalidade e se mostrava um ponto fora da curva das produções cinematográficas da época, Lucas contratou o ilustrador e designer conceitual Ralph McQuarrie, que pegou todo o escopo da obra e a fez ganhar vida. Acreditem, pessoal, Star Wars não seria o mesmo sem o gênio, já falecido, Ralph McQuarrie.
Após ter pronto em suas mãos tudo o que queria transpor para a tela, George Lucas teve que correr atrás de um estúdio que bancasse todo o projeto, e, olha, ele sofreu muito para achar alguém que confiasse em seu trabalho, mesmo com duas grandes produções em seu histórico. O problema é que o primeiro Guerra Nas Estrelas era ousado e diferente demais, as mentes por trás dos grandes estúdios não entendiam como aquela história poderia ser aceita e querida pelas pessoas; era tudo muito confuso (os nomes das naves, os personagens, os planetas, as armas, etc). Foi então que o cineasta se deparou com Alan Ladd Jr., um dos chefões do estúdio FOX, que comprou a ideia e apostou no talento de Lucas. Por mais que fosse uma louca ideia, tinha potencial (e muito, muito potencial).
Um outro problema para Uma Nova Esperança (que ainda não se chamava assim) sair do papel foram as empresas de efeitos especias da época. Sabem por quê? Isso mesmo, porque elas nem ao menos existiam. Lucas teve de contratar uma galera que estudou com ele na faculdade e, juntos, eles criaram, à mão, todas as naves e figuras peculiares que seriam usadas ao longo da película. Em estabelecimentos fechados, eles filmavam com esses pequenos objetos que, quando eram passados para o estágio final de produção, ganhavam um aspecto de grandiosidade e imponência. Além de todo esse trabalho de produção, o diretor suou para contratar o elenco que estrelaria essa poderosa aventura espacial. Lucas queria apenas atores inexperientes fazendo parte da história, enquanto o estúdio era contra. O cineasta então cedeu alguns pedidos e colocou Sir Alec Guinness e Peter Cushing, dois grandes profissionais renomados. Ao lado deles, os jovens Mark Hamill, Carrie Fisher, Harrison Ford (que já havia trabalhado com o diretor em Loucuras de Verão), Kenny Baker, Anthony Daniels, Robert Clarke, David Prowse e Peter Mayhew estrelaram o longa.
Sofrendo com atrasos e, sem brincadeira, uma tremenda falta de sorte, o filme que estava marcado para chegar em dezembro de 1976 aos cinemas foi adiado para o ano seguinte. Complicações nas filmagens no Deserto do Saara (onde se passavam as cenas do planeta onde o protagonista, Luke Skywalker, vivia), estresse com o os sucessivos defeitos que as “fantasias” do C-3PO e R2-D2 tinham, as constantes quebras das miniaturas de naves utilizadas para fazer os efeitos especiais, entre diversos outros fatores. Inclusive, a falta de tato de Lucas em retirar as interpretações dos atores era grande, como o próprio Harrison Ford já revelou. Os diálogos, por vezes, eram impossíveis de transpor para a tela com uma atuação aceitável, mas o diretor não aceitava ouvir isso dos atores e queria que tudo fosse feito apenas do seu jeito.
O primeiro corte do filme foi apresentado tempos depois para os chefões do estúdio, e o resultado não poderia ser mais desastroso. Todos detestaram a película, e criticavam sua falta de ritmo e tosquice. Então, pouco a pouco, as coisas começaram a dar certo. A frieza de George Lucas se destacou no momento em que o mesmo começou a tomar decisões acertadíssimas em prol da produção. Durante as edições finais, completando o time que produziria a space opera, George Lucas contratou o editor de vídeo e sonoplasta Ben Burtt para fazer os sons das naves e armas, como os clássicos barulhos de voo dos tie fighters, destroyers, millennium falcon, os tiros dos blasters, os barulhos e ruídos do R2-D2, a respiração de Darth Vader e, claro, os sons emitidos pelos sabres de luz. Por último, o gênio-compositor John Williams, mais conhecido até então por seus trabalhos em Tubarão e Perdidos no Espaço, entrou para a equipe, produzindo uma das mais belas trilhas sonoras instrumentais já vistas no cinema; a faixa principal e Force Theme são apenas duas das mais belas faixas que o filme possui. E assim nasceu o primeiro Guerra Nas Estrelas!
A Guerra Nas Estrelas
Em 25 de maio de 1977 chegou aos cinemas do mundo todo Star Wars, nomeado aqui no Brasil, inicialmente, como Guerra Nas Estrelas. Uma trama, para a época, visualmente espetacular, com uma áurea de um futuro distópico onde as coisas eram sujas, os seres viviam cercados pelo medo, e uma grande força maligna dominava a galáxia.
“É um período de Guerra Civil. Partindo de uma base secreta, naves rebeldes atacam e conquistam sua primeira vitória contra o perverso Império Galático. Durante a batalha, espiões rebeldes conseguem roubar os planos secretos da arma decisiva do Império, a ESTRELA DA MORTE, uma estação espacial blindada com poder suficiente para destruir um planeta inteiro. Perseguida pelos sinistros agentes do Império, a princesa Leia apressa-se em voltar para casa a bordo de sua nave estrelar, protegendo os planos roubados que podem salvar seu povo e restaurar a liberdade na galáxia….”
O letreiro original do longa já nos situava na trama. A jovem princesa Leia (Carrie Fisher), herdeira do trono de Aldeeran, tentava fugir com os planos de uma super-arma que, provavelmente, colocaria fim a diversas vidas espalhadas pelo universo. Acompanhando ela haviam dois simpáticos e engraçados androides, C-3PO (Anthony Daniels) e R2-D2 (Kenny Baker), os alívios cômicos da aventura. Seguindo a donzela, o temido Darth Vader (David Prowse, com voz de James Earl Jones), um dos principais representantes do Império Galático, tentava resgatar esses planos, antes que a princesa conseguisse entregá-los à pequena rebelião da qual fazia parte, os Rebeldes. Há muitos anos, uma força sombria tomou conta da galáxia e os seres de bem pereceram ante o Grande Expurgo Jedi.
A impactante e curiosa abertura do filme define o lado do bem e do mal com perfeição, apresentando o poder e grandiosidade do Império perante à pacata e não tão forte rebelião. Uma pequena nave foge de um assombroso e gigantesco destroyer, que, inicialmente, parece ter proporções infinitas, demorando longos segundos para preencher todo o espaço visual que temos acesso. Os soldados de armaduras brancas adentram a insignificante nave dos mocinhos à procura da princesa, matando a resistência que a protegia, enquanto Vader, todo vestido de preto, entrava por último e fiscalizava os corpos espalhados pelo chão. O vilão, de voz grossa e imponente, metia medo em qualquer um, não só por seu visual aterrorizante, como também por seus grandes poderes; ele era um dos usuários da Força mais poderosos de todo o universo.
“A Força é o que dá poder aos Jedi. É um campo de energia criado por todos os seres vivos. Ele nos envolve e penetra. É o que mantém a galáxia unida.” – Obi-Wan Kenobi.
A Força, altamente citada ao longo da história é como uma religião para muitos, um campo zen de tranquilidade e reflexão, porém para outros, não passa de um misticismo barato. Com a derrocada dos Jedi, muito da crença foi perdida, e existiam aqueles que não mais acreditavam que esse poder praticamente mágico era capaz de existir. A Força, como todo bom poder, sempre foi utilizada por dois lados diferentes da moeda; o lado luminoso, daqueles que praticavam a bondade e justiça, e o lado sombrio, daqueles que prezavam por domínio e controle dos mais fracos. Vader, ao longo de toda a saga, se mostra um usuário trevoso da Força.
Escapando em uma pequena nave, os dois citados androides fogem com os planos da super-arma, e caem no planeta mais próximo, Tatooine, um lugar cercado por areia, desertos intermináveis, à procura de um sábio e experiente guerreiro, Obi-Wan Kenobi (Sir Alec Guinness), que poderia ajudar. Ele, mais tarde, reencontraria um jovem garoto, Luke Skywalker (Mark Hamill), inexperiente e teimoso, que salvaria o universo posteriormente, usando seus poderes e dons, dos quais herdou de seu (como é dito) falecido pai. A Força sempre acha um meio dos personagens se encontrarem.
Uma nova esperança
“Por mais de mil gerações os Cavaleiros Jedi foram os guardiões da paz e da justiça na velha república. Antes da era das trevas. Antes do Império.” – Obi-Wan Kenobi.
O “garoto da fazenda” mal imaginava a sua importância em toda a história da galáxia. O menino, descendente dos Skywalkers, possuía um grande poder e poderia ser, quem sabe, a última esperança que todos os mundos teriam para sair dessa era de escravidão ditatorial. Criado por seus tios, Beru (Shelagh Fraser) e Owen Lars (Phil Brown), Luke era um típico fazendeiro que cuidava de sua terra e afazeres diários. Quando se depara com a oportunidade de fugir da rotina e explorar a galáxia ao lado de Kenobi, o jovem hesita, como nas clássicas histórias que usam o artifício da Jornada do Herói, de Joseph Campbell, porém posteriormente aceita o convite do velho ermitão Jedi, após as tropas imperiais assassinarem friamente seus tios e deixarem seus esqueletos à mostra para serem apreciados.
Buscando um meio de sair do planeta desértico, Skywalker e Kenobi vão até a Mos Eisley, uma cidadela local, atrás de mercadores que possam lhe dar carona por um bom preço. Ambos se deparam com Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca (Peter Mayhew), dois contrabandistas altamente procurados que lhes cobram uma boa quantia. As cenas na cantina da cidadela são um deleite à parte; o mundaréu de criaturas apresentadas e relações tensas e complicadas desses seres com pequenas pontas são clássicas e queridas por todos os fãs da franquia. A fuga às pressas do planeta se dá a partir da querida millennium falcon (aquele grande “pedaço de lixo”, como o próprio Luke fala), a famosa nave intergaláctica que fez o Percurso de Kessel em menos de 12 parsecs. Já no grandioso espaço sideral, Luke inicia seu treinamento para se tornar um Jedi, ganhando o sabre de luz de seu pai; sendo, talvez, o último padawan que a galáxia verá. Agora, o destino de todo universo está nas mãos desse jovem garoto loiro. A galáxia agora tem uma nova esperança.
“O sabre de luz. É a arma de um Cavaleiro Jedi. É mais jeitosa e certeira que uma arma laser. Uma arma elegante, para dias mais civilizados.” – Obi-Wan Kenobi.
Mark Hamill não tinha muito talento, mas sempre esbanjou carisma. Seu personagem é mais determinado que confuso, e possui uma coragem ímpar. O maior herói da franquia usa todos seus ensinamentos para construir sua personalidade altruísta e bravura característica. É quem tem a ideia de resgatar a princesa das garras do temível Vader e o responsável por um dos maiores feitos já registrados da galáxia, mostrado no final do filme. O personagem de Harrisson Ford rouba a cena em diversos momentos, para muitos fãs Solo é o melhor personagem de toda a franquia, e não é por menos, o piloto da millennium falcon (sem falsa modéstia, um dos melhores pilotos de toda a galáxia) é ágil e preciso, e demostra seus sentimentos e coragem quando todos haviam remetido ele a um simples mercenário incompetente e boca-suja. Carrie Fisher entrega uma doce, porém brava guerreira; Leia nunca foi como as princesas da Disney, muito pelo contrário, sempre mostrou coragem e nunca ficou atrás de homem algum. Ela empunhava o blaster e partia pra cima dos inimigos, e não abaixava a cabeça nem quando estava de frente para a maior ameaça da galáxia. Junto com o trio de protagonistas, temos ótimas atuações de Alec Guinness e Peter Cushing entregando, respectivamente, grandes representações de um sábio guerreiro e um almirante casca grossa. Guinness, como muitos dizem, é quem traz ordem à toda bagunça, com suas calmas falas e ações.
Peter Mayhew dá bons urros e cativa como Chewie, Anthony Daniels e Kenny Baker convencem como os dois androides atrapalhados, nos cativando também, e James Earl Jones coloca medo em qualquer um com sua fala macabra, enquanto o alto David Prowse enxerga a todos lá de cima, com imponência. Star Wars, mais que um simples filme, é uma história sobre descobertas familiares. Claro que, nesse primeiro capítulo nem tudo nos é mostrado, muitas surpresas nos aguardavam, porém é aqui que tudo começa a ser construído, para se encaixar com perfeição (tirando os beijos entre Leia e Luke que são inadmissíveis) lá no “episódio final” da saga.
A direção de George Lucas é competente e certeira, acredito que ele tenha conseguido transpor tudo o que queria para a tela com perfeição. O diretor e roteirista, também conhecido como a mente por trás de tudo, nos presenteia com um mundo completamente novo, espetacular e rico, mostrando muito potencial para ser explorado. A fotografia de John Barry nos encanta, faz arrepiar e emociona todas as vezes que é engrandecida pela icônica e magistral trilha sonora de John Williams. Fala sério, pessoal, o que seria de Star Wars sem John Williams?! Quem nunca deixou uma lágrima escapar quando Luke observa os dois sóis de Tatooine que atire a primeira pedra.
“Estava esperando por você, Obi-Wan. Voltamos a nos encontrar. O circulo agora está completo. Quando o deixei, eu era apenas um aprendiz. Agora, eu sou o mestre.” – Darth Vader.
A relação entre Vader e Kenobi, embora pouco explorada nesse primeiro longa, já se mostrava antiga e guardava ressentimentos. Antigos mestre e aprendiz se reencontram anos depois, e, embora tenham uma batalha lenta sem muita empolgação, devido à idade e condições físicas de ambos os personagens, é épica e sensorial. A batalha final, em que Luke Skywalker usa todos os seus dons e finalmente sente a Força em sua mente, é espetacular. Os takes que acompanham a grandiosa guerra nas estrelas, onde a pacata rebelião tenta destruir a poderosa Estrela da Morte, remetem diretamente às cenas de ataques aéreos em filmes que falavam de guerras e conflitos reais. Os x-wings faziam manobras no espaço sideral e pairavam sob a superfície da super-arma, tentando encontrar a localização do erro estrutural da mesma, que ocasionaria sua destruição. Tudo, até hoje, é visualmente espetacular. Não há envelhecimento, justamente porque não há computação gráfica. As pequenas ferramentas que Lucas utilizou para criar as cenas fazem toda a diferença e o espectador sente ali, transportado para a batalha. Nós, que assistimos, somos parte de tudo aquilo. Todos estamos contra o Império!
A marca Star Wars reverbera o mundo do cinema desde 1977, graças ao enorme sucesso que esse primeiro capítulo (embora seja o quarto, cronologicamente falando) fez. Indo contra todas as previsões do próprio George Lucas, Uma Nova Esperança arrebentou nos cinemas do mundo todo, fazendo muito dinheiro e atingindo uma audiência inimaginável. O filme, que se tornou um sucesso instantâneo, venceu no ano seguinte um total de 7 Oscars; o de Melhor Trilha Sonora para John Williams; Melhor Som para Don MacDougall, Ray West, Bob Minkler e Derek Bal; Melhor Direção de Arte para John Barry, Norman Reynolds, Leslie Dilley e Roger Christian; Melhor Figurino para John Mollo; Melhor Edição para Richard Chew, Paul Hirsch e Marcia Lucas; Melhores Efeitos Visuais para John Stears, John Dykstra, Richard Edlund, Grant McCune e Robert Blalack; e ainda foi premiado com uma gratificação especial de Melhor Edição de Som para Ben Burtt. O longa, além de ter conquistado tudo isso, conseguiu uma legião de fãs que agora estavam completamente loucos para ver o desenrolar dessa história contada em uma galáxia muito, muito distante. Foi aí que começou o estágio de produção de uma das maiores, senão a maior, trilogia do cinema.
Guerra Nas Estrelas (Star Wars); renomeado para Star Wars – Episódio IV: Uma Nova Esperança (Star Wars – Episode IV: A New Hope) – EUA, 1977, cor, 121 minutos.
Direção: George Lucas. Roteiro: George Lucas. Produção: Gary Kurtz. Música: John Williams. Cinematografia: Gilbert Taylor. Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Alec Guinness, Kenny Baker, Anthony Daniels, Robert Clarke, Peter Cushing, David Prowse, Peter Mayhew, etc.